Em Afrânio, município localizado no Sertão do São Francisco em Pernambuco, a prática recorrente de queima de lixo em áreas próximas às residências tem gerado preocupação entre os moradores. A fumaça resultante dessas queimadas compromete a qualidade do ar, afetando especialmente pessoas com problemas respiratórios e outras condições de saúde.
Uma moradora local expressou sua indignação com a situação: "Isso acontece toda semana e ninguém toma providência. Minha amiga, que está gestante, teve que se retirar de sua casa, pois estava impossível respirar com tanta fumaça. Meus pais, que são idosos, moram ao lado de onde o lixo é queimado. Meu pai, que tem problema de coração, está cada vez mais debilitado com essa situação."
A queima de lixo doméstico é uma prática ilegal e configura crime ambiental, conforme estabelece a Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/1998, que, em seu artigo 54, descreve o crime de poluição como o ato de causar poluição que coloque em risco a saúde humana ou segurança dos animais ou destrua a flora.
Além dos riscos à saúde, a queima de resíduos sólidos libera substâncias tóxicas na atmosfera, contribuindo para a poluição do ar e podendo provocar doenças respiratórias, irritações nos olhos e na pele, dores de cabeça e náuseas. Estudos também apontam um aumento no risco de câncer associado à inalação contínua dessas substâncias.
Dados do Censo 2022 revelam que, em Afrânio, apenas 40,88% da população conta com serviço de coleta de lixo. Consequentemente, 55,77% dos habitantes recorrem à queima dos resíduos como forma de descarte, agravando os problemas ambientais e de saúde pública.
Diante desse cenário, os moradores clamam por ações efetivas das autoridades municipais para solucionar o problema. É essencial implementar políticas públicas que garantam a coleta adequada dos resíduos sólidos e promovam campanhas de conscientização sobre os riscos da queima de lixo, visando preservar a saúde da população e o meio ambiente.